Acordo cedo. Abro o jornal. Paulo Moura partiu ontem (São José do Rio Preto, 15 de julho de 1932 - Rio de Janeiro, 12 de Julho de 2010). Retiro o celular do carregador e nele já havia uma mensagem gravada. Meu irmão Hasenclever me avisando da viagem do mestre. Automaticamente muitas imagens vêm à tona. Todas ótimas. Todas acompanhadas de fundo musical (Chorinho prá Você, Fibra, MRA, Espinha de Bacalhau, Nada Além, Nunca, Deve Ser Amor, Ternura) e vamos nós. As melhores dessas lembranças me remetem a 1985. Domingueira do Parque Laje. Era O EVENTO. Prá lá seguíamos, barba feita, cabelo penteado, perfumados, enfim, vestidos com o que chamavamos "uniforme de campanha". Eramos eu, Hasenclever, Wilmar, Dom Camilo, Gilson, Juan, Comandante Rui, Hélvio, Luizinho e muitos outros, como crianças encantadas com a música do flautista (no caso o claninetista)de Hamelin. Ouso dizer que jamais nesta Cidade se viu, num lugar lindo como o Parque Lage, tanta gente bonita se reunir semanalmente para dançar e ouvir tão boa música. Quem viveu, não esquece. Quem não viveu jamais conseguirá imaginar. Ouvir Paulo Moura era como ver Garrincha.
Resta o consolo dos meus meus 15 CD's, alguns DVD's e dos filmes disponíveis na web, como em CHORINHO PRÁ VOCÊ filmado na "Estudantina Musical", ao lado de Zé da Velha, Silvério Pontes e Daniela Spiellman.
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