terça-feira, 27 de novembro de 2007

VAMOS FAZER UMA COLEÇÃO DE NOSTALGIAS


Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, após percuciente análise metafísica, identificaram dois tipos de nostalgia:

a) a boa nostalgia, que “... a gente lembra só por lembrar”, e

b) a nostalgia que “...faz roer e amarga qui nem jiló.”

Nesta postagem reuniremos apenas as da primeira catetoria.

Para isso convidamos os leitores deste Blog (se houver algum) a registrar nos COMENTÁRIOS as suas boas nostalgias, pois as traremos para o texto principal.

Dando exemplo, registramos 20 boas nostalgias que nos acompanham há muito tempo e acrescentaremos as suas ao final.

Complete a frase:

EU ...

1. Chorei assistindo “Marcelino Pão e Vinho” (Arruda).


2. Vibrava com as aventuras “Hopalong Cassidy”, adorava as "Sessões Tom e Jerry" nas matinês de domingo do Metro e na semana santa assistia "A Vida de Cristo" num cinema poeira (Arruda).
2.1. Nunca perdi o Festival Tom & Jerry, aos domingos de manhã, no Metro Tijuca. Depois, íamos ao "Cantinho Baiano" saborear o melhor galeto da zona norte (Chau, agora de Floripa)!


3. Não perdia “Jerônimo, o Herói do Sertão” e “O Anjo” no rádio, nem “Falcão Negro”, “Clube do Guri”, “Teatrinho Troll”, “Rin-tin-tin”, “Lassie”, “Disneylândia” e “A Boate do Ali-Babá” na televisão, sendo que até até hoje sou capaz de cantar o refrão do “Coral dos Bigodudos” (Arruda - Carlos Frascari também tem nostalgia do Jerônimo, veja seu comentário).


4. Vi “Garrafeiros” (sobre essa profissão, veja adiante a postagem do dia 09.03.2008), “Afiadores de Facas”, “Funileiros” e “Tocadores de Realejo” trabalhando nas ruas (Arruda).

5. Comprei leite em carrocinhas chamadas “Vacas Leiteiras” (Arruda).
6. Engoli “Emulsão de Scotch”, bebi “Hidrolitol”, tomei “Sustincau” no Largo de São Francisco e me embebedei com “Cuba-libre” no “Bar das Pombas” (Arruda).
6.1. Tomei Hidrolytol na Lapa - a cura certa para porres (Murilo).
7. Ouvia a “Rádio Tamoio” e só ia para a escola depois da “Música Ciclâmen” (Arruda).
8. Dancei ao som de “Rita Pavone”, “Trini Lopez”, “Jose Feliciano” e “Chris Montez” (Arruda).



9. Dei um “MUG” para a namorada (Arruda).
10. Usei “Alpargatas Roda”, “7 Vidas”, “Calça Lee” e camisa “Mamãe Dolores” (Arruda).
11. Andei de “Bonde” e só ia para a escola calçando sapatos “Vulcabraz”, com cabelo cortado à “Príncipe Danilo” (Arruda).
12. Usava gravata azul como parte do uniforme do “Colégio Pedro II” e ainda sei cantar a “Tabuada” (Arruda).
12.1. Não só ainda sei a "tabuada" do CPII, como o hino do Colégio, o Canto do Paje (com ê ê ê no final) e todas as outras que tinhamos que cantar no "Fogo Simbólico". A gravatinha azul não e do meu tempo, em compensação, meu 1º uniforme de ed. fisica (colant azul claro com uma micro saia e um bamba branco) é inesquecivel (Luciana).

13. Ri bastante com “Colé e Silva Filho”, “Ronald Golias” e “Walter D’Ávila” (Arruda).

14. Dei o “Trio Maravilhoso Regina” de presente para a minha avó (Arruda).
15. Jantava à luz de “Lampião Aladim” durante o racionamento de energia nos anos 60 (Arruda).
16. Tomei banho com os sabonetes “Eucalol” e “Cinta Azul”, que distribuía brindes como uma réplica da bengala do Bat Masterson (Arruda).


17. Usava “Atiradeira”, joguei “Bola de Gude” na rua e sinuca no “Lamas” e no "Palheta"(Arruda).
18. Exalei “Lancaster” e preparava o meu próprio “Gumex” com água morna (Arruda).
19. Freqüentei o “Pier de Ipanema” (Arruda).
20. Babava com Wanda Moreno, Annik Malvil,Esmeralda Barros, Zelia Martins, Iris Bruzzi ... (Arruda).
21. Frequentei muito os cinemas da Praça Saens Pena, onde comprava balas Kids Café antes do filme começar - nem os cinemas nem a bala existem mais (Eduardo).
22. Paquerei muito nos bailes animados por "Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais "(Paulo Saint Martin, consultor deste Quiosque para assuntos ligados a pintura e escultura brasileiras no século XX).
23. Lembro dos bons momentos assistindo à vedete Virgínia Lane na TV Tupi, interpretando um coelhinho, usando um minúsculo biquini com um rabo enorme aplicado na minúscula peça (Anônimo- aposto que este anônimo é o Tio Paulo).


24. Tenho saudade grande dos tempos em que assistia "Lanceiros de Bengala" na televisão da vizinha, tomando o suco de "Groselha" que ela servia no intervalo (Anônimo - olha ele aí novamente).
25. Trago lembranças da normalista que, diariamente, chegava no bonde Malvino Reis das 13:30 horas, sempre sozinha... e que insistia em fingir que não me via na sacada do quinto andar do Prédio Dolomita, no meu querido Grajaú (Anônimo - Tio Paulo rides again).
26. Lembro da letra de "Faroeste Caboclo", da "radio Fluminense", de um show do "Tim Maia "no Circo Voador ao qual ele compareceu, das matinês no "Meio Ambiente "(no Alto da Boa Vista), de ir à praia de "233 "todos os dias das ferias e depois lanchar no "Bobs Drive", ou ir aos cinemas da Praca Saens Pena, dos encontros da "linha" no mesmo Bobs, de tomar sorvete com minha avó no "Palheta", e das conversas sobre zilhões de livros que meu avô me emprestava, quando eu mal sabia ler... (Luciana).

27. Lembrei da época em que as praias da "Reserva" e do "Recreio" não tinham calçadão nem paranóia de carros, assaltos e vendedores ambulantes barulhentos. E que levávamos pão e empada da padaria porque não tinha um quiosque sequer. Ah! E também não existia essa paranóia de filtro e bloqueador solar! (Monica).
28. Tomava chocolate quente na "Casa D'Ângelo" em Petrópolis no inverno, acompanhado da tradicional torrada petropolitana, que era uma fatia grossa de pão de forma na chapa com manteiga (Marcelo).
29. Adorava assistir "Shazan e Xerife" e sua incrível "Camicleta "(Basilio).

30. Colei figuras de animais na capa do vinil da "Arca de Noé", do Vinicius de Morais (Eduardo).
Olha a Bebel Gilberto cantando música daquele disco.

31. Tenho saudades do "Castelinho", o melhor bar que o Rio de Janeiro já teve, que freqüentei da inauguração ao dia do fechamento, quando o Fernando me presenteou com uma caneca da Casa, recentemente doada ao Arruda (Paulo Saint Martin).
Paulo Saint Martin, colhi no "Saudades do Rio" (link recomendado por este Blog) as duas fotos do Castelinho aí abaixo. A primeira é do tempo em que o prédio era uma casa de família, a segunda do tempo em que você freqüentava o local (logo, não era mais casa de família). A propósito, conhece esse broto que está amassando o Cadillac?
Sobre o Castelinho, veja também adiante a entrevista do dia 07.02.2008
32. Não posso esquecer da minha "Berlineta Interlagos" azul metálico, na qual vivi amores definitivos (Paulo Saint Martin).Caro Paulo, Berlineta azul não consegui. Vai essa vermelha mesmo.

33. Lembro do chope nas manhãs de domingo no "Bar Três Amigos", na rua Sampaio Ferraz, antes do almoço, na companhia do Ondinha, do Tião, do Peráles e o Alceu (Arruda).
34. Fiz "Cerol" para linha de cafifa moendo vidro de garrafa em linha de bonde. A fórmula era: vidro e cola de madeira, derretida em lata vazia de "cera Cristal "numa fogueirinha (Murilo).
35. Fiz muito "Balão Tangerina" de oito gomos em casa. A bucha era feita de tiras de saco de aniagem recheadas com sebo de boi e deixadas de molho, por dias, em querose. Botar breu dava aqueles pinguinhos bonitos quando o balão subia.Hoje é crime (Murilo).
36. Fui às boates de quinta-feira na Mangueira. Era para bater papo com e ouvir Cartola, Padeirinho, Jajá e outros bambas da escola, que cantavam suas músicas entre mestres de outras, como Monarco, Martinho. A apresentadora era Clara Nunes e, no fim, jantava-se com comida feita por d. Zica.Ah, o carro ficava estacionado na porta, ali mesmo, na Visconde de Niterói, e você podia esquecer a porta aberta, sem problemas (Murilo).
37 Joguei sinuca no Íris, ali mesmo ao lado (Murilo).
38. Enquanto esperava o bonde no Largo de S. Francisco, tomava chocolate agüado com bolo de milho (Murilo).
39. Brinquei Carnaval no bonde, indo da Penha até o dito Largo. Com "lança-perfume Rodouro ou Colombina" (que era de vidro e mais barata).(Murilo)
Murilo, no primeiro filme aparece o Tabuleiro da Baiana, cobertura sob a qual os bondes faziam ponto. Quem sabe você não estava lá naquele momento?


40. Disputei campeonato de Botão na varanda de casa, de ladrilhos vermelhos encerados (não existia mesinha). A taça era rolha de champanha revestida de papel laminado de cigarro (Murilo).- Sobre futebol de botão, ou de mesa, recomendamos visitar a Barraca 21 do Hamilton, na Feira dos Antiquários da Gávea - veja, também, o endereço http://quiosquearruda-montandon.blogspot.com/2007/10/capeonato-de-futebol-de-boto-com-os.html.
41. Usei camisas de "Ban-Lon" e, depois, a infame "Volta ao Mundo" (o primeiro suor era cecê na certa).(Murillo)
42. Vi "Corrida de Submarino" na calçada em frente ao "Barril 1800". Se não tinha carro, era na areia mesmo. E sem risco (Murilo).
43. Freqüentei as casas das ruas Frei Caneca e Riachuelo. E, quando sobrava dinheiro, dava uma passada na "Casa Rosa" da Rua Alice. (Murilo)
44. Andei de carro pela Av. Atlântica, antes do aterro da praia e passei a mão nas garotas que ficavam no meio da pista esperando para atravessar.(Murilo)
45. Desci ladeira em "carrinho de rolimã". Chupei "bala puxa-puxa " vendida no bonde ou a Juquinha, vendida no trem. Duro, passar pelo mata-burro para não pagar passagem de trem da Leopoldina.(Murilo)
46. Vi seriados como "Os perigos de Paulina", "Bomba " (uma espécie de Tarzan) e "Nyoka, a Rainha da Selva" no "Bafinho", um galpão transformado em cinema, com cadeiras de madeira, 90% delas quebradas. Vaiei e assobiei a cada interrupção do filme (eram uma dez por sessão). O ingresso custava o equivalente, hoje, a R$ 0,50 (Murilo).
47. Freqüentei os "hi-fi", bailes domésticos, todo sábado na casa de um amigo(a) diferente e dancei ao som de Ray Connif, Ray Anthony, Henry Jerome (Metais em Brasa), Don Costa, Waldyr Calmon (Feito para Dançar e Uma noite no Arpège - ambos com inúmeros volumes) e Ed Lincoln. Bebidas>: ponche (Argh!), Cuba Libre (dois Argh!!) ou Hi-Fi (três argh!!!). Os salgadinhos eram a popular "Sacanagem" (um palito com um pedacinho de queixo, outro de mortadela e uma lasquinha de azeitona) que ficava espetada num repolho grande (Murilo).

48. Tenho saudades da abertura dos Trapalhões abaixo (Eduardo).

Na oportunidade anexo o filme do genial Mussum contracenando com o comediante chamado Paulinho (se a memória não me falha), que o Eduardo encontrou no youtube e me enviou por fora deste Blog.

49. Sempre a Vida de Cristo na Semana Santa. Clube do Guri,Teatrinho Troll, Rin-tin-tin, Lassie ( lembra de um concurso em que escrevíamos para um sorteio de um filhote da Lassie?);Casa D'Angelo! Colombo, Cavé, nhá-benta e balas de chocolates toffe da kopenhagen , pirulito zorro , chocolate diamante negro , pipoca amanteigada de uma máquina, Chicletes Adams, conga colorida, vestidinho estampa mamãe Dolores, aqueles disquinhos de plastico que tocava (o calhambeque bi bi); rasta pé, piquenique, festinha americana; anéis carcará, perfume fleur de rochelle, perfume ma griffe (arre); calcinhas femininas com rendinha pregadas na trazeira inteira ( não era rendada); bonecas réplicas das misses; Eu achava o Nacional Kid o máximo! O Zorro também! O salgadinho sacanagem lembro c salsicha. Programas para lançarem as marchinhas de carnaval com grandes cantores e intérpretes. Calça boca de sino; Ahhhhh e os anúncios? Varig, a musiquinha passos dos elefantinhos; seriado Vigilantes Rodoviários; balas mentex, jujuba da Kibon, bala de tamarino; óculos gatinho; fotonovelas;ki suco;sardinha frita p acompanhar cerveja; revista O cruzeiro e Manchete; brozeador raito de sol;biscoito Aymoré e piraquê; Papai Noel nas ruas do centro do Rio( eu chorava!), sabonete Palmolive, myrurgia; biotonico Fontoura; Coca cola, carro conversível cadilac, gordine, dolfine; bobs enormes nos cabelos femininos c um lenço por cima..que horror! O secador de cabelos era um monstro enorme e barulhento; Revistinha do Fantasma! Figurinhas que trocávamos. Cartela com bonecas de papel c roupinhas e adereços para recortarmos. Palhaço Carequinha! (coleção de nostalgias da Neide Aparecida (sem perucas canecalon?), vizinha do sensível blog http://sentimentos-sam.blogspot.com)
Observações
obs.1 - E eu ainda insisti com meus pais para que me permitissem concorrer a um filhote da Lassie, enviando um envelope do creme dental Kollinos com meu nome etc. (Arruda)

Obs. 2 - Eis o Vigilante Rodoviário e a própria Neide Aparecida num comercial da Tonelux




50. Tenho saudades do tempo em que a televisão tinha de fato algo a contribuir para a formação artística e cultural do povo brasileiro, como comprovam os exemplos abaixo. (Arruda)



50. Adorava ir aos bailes no Botafogo Futebol e Regatas no Mourisco, dancei muito ao som da música MY SWEET LORD, hoje lá funciona a sede da Vivo, quanta saudade, tempos bons. (Mirian Neto)

51. Não perdia uma edição dos livros de bolso da série "Gisele, a espiã nua que abalou Paris" que, segundo soube recentemente, era escrito por David Nasser e cujas capas, suponho, eram desenhadas pelo José Luís Benício da Fonseca. (Arruda)

26 comentários:

Anônimo disse...

Frequentei muito os cinemas da Praça Saens Pena, onde comprava balas Kids Café antes do filme começar. Nem os cinemas nem a bala existem mais.

Anônimo disse...

Quem passar pelo sertão
vai ouvir alguem falar
do herói desta canção
que eu venho aqui cantar.

Filho de Maria, homem nasceu
Cerro Bravo foi seu berço natal
entre tiros e tocaias cresceu
hoje luta pelo bem, contra o mal.

Galopando está em todo lugar...

Anônimo disse...

Muito gostoso relembrar as coisas da nossa infância... lembro-me dos bons momentos assistindo a vedete Virgínia Lane na TV Tupi, interpretando um coelhinho, usando um minúsculo biquine com um rabinho enorme aplicado na minúscula peça.

Anônimo disse...

Saudade grande dos tempos em que eu assistia "Lanceiros de Bengala" na televisão da vizinha, tomando suco de groselha que ela servia no intervalo.

Anônimo disse...

Lembranças da normalista que, diariamente, chegava no bonde Malvino Reis das 13:30 horas, sempre sozinha... e que insistia em fingir que não me via na sacada do quinto andar do Prédio Dolomita, no meu querido Grajaú.

Unknown disse...

Pros Arrudas: nao so ainda sei a taboada do CPII, como o hino do colegio, o Canto do Paje (com ê ê ê no final) e todas as outras que tinhamos que cantar no "Fogo Simbolico". A gravatinha azul nao e do meu tempo, em compensacao, meu 1 uniforme de Ed. Fisica (colant azul claro com uma micro sainha e um bamba branco) e inesquecivel

ARRUDA disse...

Amigo anônimo, creio que a Virginia Lane era o coelhinho da Casa Valentim, mais tarde da Philips.Ass. Arruda

Unknown disse...

Lembro da letra de "Faroeste Caboclo", da radio Fluminense, de show do Tim Maia no Circo Voador (ele compareceu), das matines no Meio Ambiente (no Alto), de ir a praia de 233 todos os dias das ferias e depois lanchar no Bobs drive, ou ir aos cinemas da Praca Saens Pena, dos encontros da "linha" no mesmo Bobs, tomar sorvete com minha avo no Palheta, e das conversas sobre zilhoes de livros que meu avo me emprestava, quando eu mal sabia ler...

Unknown disse...

Adorei a idéia! E lembrei logo da época em que as praias da Reserva e do Recreio não tinham calçadão nem paranóia de carros, assaltos e vendedores ambulantes barulhentos. E que levávamos pão e empada da padaria porque não tinha um quiosque sequer. Ah! E também não existia essa paranóia de filtro e bloqueador solar!

Unknown disse...

Tomava chocolate quente na Casa D'Ângelo em Petrópolis no inverno, acompanhada da tradicional torrada petropolitana, que era uma fatia grossa de pão de forma na chapa com manteiga.

Anônimo disse...

Adorava assistir Shazan e Xerife e sua incrível Camicleta.

Anônimo disse...

Colei figuras de animais na capa do vinil da Arca de Noé, do Vinicius de Morais.

Anônimo disse...

Nunca perdi o Festival Tom & Jerry, aos domingos de manhã, no Metro Tijuca. Depois, íamos ao "Cantinho Baiano" saborear o melhor galeto da zona norte!

Anônimo disse...

Vamos lá:

Quem aí fez cerol para linha de cafifa moendo vidro de garrafa em linha de bonde? A fórmula era: vidro e cola de madeira, derretida em lata vazia de cera Cristal numa fogueirinha.

Hoje é crime, mas fiz muito balão tangerina de oito gomos em casa. A bucha era feita de tiras de saco de aniagem recheadas com sebo de boi e deixadas de molho, por dias, em querose. Botar breu dava aqueles pinguinhos bonitos quando o balão subia.

Alguém aí foi às boates de quinta-feira na Mangueira? Era para bater papo com e ouvir Cartola, Padeirinho, Jajá e outros bambas da escola, que cantavam suas músicas entre mestres de outras, como Monarco, Martinho. A apresentadora era Clara Nunes e, no fim, jantava-se com comida feita por d. Zica.
Ah, o carro ficava estacionado na porta, ali mesmo, na Visconde de Niterói, e você podia esquecer a porta aberta, sem problemas.

Tomar Hidrolytol na Lapa - a cura certa para porres. Jogar sinuca no Íris, ali mesmo ao lado. E, enquanto se esperava o bonde no Largo de S. Francisco, tomava-se chocolate agüado com bolo de milho.

Brincar Carnaval no bonde, indo da Penha até o dito Largo. Com lança-perfume Rodouro ou Colombina (que era de vidro e mais barata).

Disputar campeonato de botão na varanda de casa, de ladrilhos vermelhos encerados (não existia mesinha). A taça era rolha de champanha revestida de papel laminado de cigarro.

Usar camisas de Ban-Lon e, depois, a infame Volta ao Mundo (o primeiro suor era cecê na certa).

Ver corrida de submarino na calçada em frente ao Barril 1800. Se não tinha carro, era na areia mesmo. E sem risco.

Freqüentar as casas das ruas Frei Caneca e Riachuelo. E, quando sobrava dinheiro, dar uma passada na Casa Rosa da Rua Alice.

Andar de carro pela Av. Atlântica, antes do aterro da praia e passar a mão nas garotas que ficavam no meio da pista esperando para atravessar.

Descer ladeira em carrinho de rolimã.

Chupar bala puxa-puxa vendida no bonde ou a Juquinha, vendida no trem.

Duro, passar pelo mata-burro para não pagar passagem de trem da Leopoldina.

Ver seriados como Os perigos de Paulina, Bomba (uma espécie de Tarzan) e Nyoka, a Rainha da Selva no Bafinho, um galpão transformado em cinema, com cadeiras de madeira, 90% delas quebradas. Vaiar e assobiar a cada interrupção do filme (eram uma dez por sessão). O ingresso custava o equivalente, hoje, a R$ 0,50.

Freqüentar os "hi-fi", bailes domésticos, todo sábado na casa de um amigo(a) diferente e dançar ao som de Ray Connif, Ray Anthony, Henry Jerome (Metais em Brasa), Don Costa, Waldyr Calmon (Feito para Dançar e Uma noite no Arpège - ambos com inúmeros volumes) e Ed Lincoln. Bebidas>: ponche (Argh!), Cuba Libre (dois Argh!!) ou Hi-Fi (três argh!!!). Os salgadinhos eram a popular Sacanagem (um palito com um pedacinho de queixo, outro de mortadela e uma lasquinha de azeitona) que ficava espetada num repolho grande.

Dá para falar mais umas duzentas, mas o tempo é curto e a vida é breve,

Parabéns ao titular do Blog pela qualidade e pela idéia de dar oportunidade aos velhinhos...

ARRUDA disse...

Murilo,
Não apoiado quanto ao velhinho. Quem lembra de tudo isso e com detalhes não pode se considerar assim.
Além disso, nostalgia sempre foi coisa de jovem.
Basta lembrar "Meus Oito Anos", de Casimiro de Abreu que, se a idade não prejudicou minha memória, creio ter sido fundador do Bloco Carnavalesco "Simpatia É Quase Amor" há mais de cem anos.
Confere ?

Anônimo disse...

Essa abertura dos Trapalhões também é inesquecível:
http://www.youtube.com/watch?v=f6P2gu5EI08

SAM disse...

Nossa que delícia este post!

Sempre a Vida de Cristo na Semana Santa. Clube do Guri,Teatrinho Troll, Rin- tin -tin, Lassie ( lembra de um concurso em que escrevíamos para um sorteio de um filhote da Lassie?);Casa D'Angelo! Colombo, Cavé, nhá-benta e balas de chocolates toffe da kopenhagen , pirulito zorro , chocolate diamante negro , pipoca amanteigada de uma máquina, Chicletes Adams, conga colorida, vestidinho estampa mamãe Dolores, aqueles disquinhos de plastico que tocava ( o calhambeque bi bi); rasta pé, piquenique, festinha americana; anéis carcará, perfume fleur de rochelle, perfume ma griffe (arre); calcinhas femininas com rendinha pregadas na trazeira inteira ( não era rendada); bonecas réplicas das misses; Eu achava o Nacional Kid o máximo! O Zorro também! O salgadinho sacanagem lembro c salsicha. Programas para lançarem as marchinhas de carnaval com grandes cantores e intérpretes. Calça boca de sino; Ahhhhh e os anúncios? Varig, a musiquinha passos dos elefantinhos; seriado Vigilantes Rodoviários; balas mentex, jujuba da Kibon, bala de tamarino; óculos gatinho; fotonovelas;ki suco;sardinha frita p acompanhar cerveja; revista O cruzeiro e Manchete; brozeador raito de sol;biscoito Aymoré e piraquê; Papai Noel nas ruas do centro do Rio( eu chorava!), sabonete Palmolive, myrurgia; biotonico Fontoura; Coca cola, carro conversível cadilac, gordine, dolfine; bobs enormes nos cabelos femininos c um lenço por cima..que horror! O secador de cabelos era um monstro enorme e barulhento; Revistinha do Fantasma! Figurinhas que trocávamos. Cartela com bonecas de papel c roupinhas e adereços para recortarmos. Palhaço Carequinha!

Vou parar por aqui..nossa qtas lembranças maravilhosas!

Depois volto( vou lembrando de mais rsrs}

Beijos Neide Aparecida

Anônimo disse...

Mirian Neto disse......
Adorava ir aos bailes no Botafogo Futebol e Regatas no Mourisco, dancei muito ao som da música MY SWEET LORD, hoje lá funciona a sede da Vivo, quanta saudade, tempos bons.

Anônimo disse...

Gostei muito desse varandão da saudade eu gostava muito do programa de calouros pelo rádio com Ari barroso e também sua narração esportiva principalmente quando era jogo do Flamengo e um filme Sissi a Imperatriz.

Anônimo disse...

Gostei muito do que a "Neide Aparecida" comentou acima!!!
Aqui em Aracaju-Se, na fente do cinema Vera Cruz e Bomfim num aglomerado entre bicicletas alugadas vendedores de roletes de cana e pipoqueiros, faziamos troca de revistas da Luluzinha, Cavaleiro Negro, Capitão 7, Familia Marvel e outras mais.... Férias em Barrocão??? Isso não dá prá esquecer não meu irmão!!! Isso fica lá num vilarejo no municipio de Malhador aqui em Sergipe. Para a viagem em nossas férias a expectativa era 1000!!! O transporte era de trem "Maria Fumaça" que à toda marcha, se embrenhava no meio da mata rompendo o silencio com aquele apito comprido e inesquecível!!!!!
uma verdadeira explosão de alegria e realização, proporcionada pela minha "heroína e querida
Rainha Mãe", D. Mariana!!!

Augusto Mariano

Unknown disse...

Sou da classe de 45 que, modéstia à parte, faz parte da geração que mais fatos bons e memoráveis tem para contar.
Desde o tri do Mengo em 53, passando por Jerônimo, Direito de Nascer, Cesar de Alencar, Balança Mas Não Cai. Ainda trazendo os sons de Hi-Lili Hi-Lo, Oh!, Little Darling, Kalu, Orgulho, Se Você se Importasse, Piada de Salão etc.
Morava na Praça Seca e ia às festas juninas do JTC. Integrei a turma que inaugurou o Maracangalha em 57. Concluí o ginásio e o científico no CM.
Assim sendo, saltar de bonde andando para se "cartar", fumar escondido cigarros LM (às vezes mofados) comprados no Palheta,assistir Gladys e Seus Bichinhos, dançar com Ed Lincoln e Pedrinho Rodrigues em bailes do Monte Líbano, usar sapatos do Motinha, ouvir a JB AM (Ave Maria de Dunshee de Abranches, Cante com a JB, Everybody's Talkin') são, de fato, lembranças que outras gerações não têm e não terão. Foram acontecimentos que, digamos, conspiraram para ocorrerem na época certa e no local certo- o Rio.
Cumprimentos ao Quiosque e a quem vem relembrando.

Albano Ramos

guilherme disse...

gostei muito de sua coleção. Fez me relembrar muita coisa ba. Quem dessa época não se lembra do vigilante rodoviário. Vou voltar e contribuir.
Guilherme

cardoso disse...

Desde o primeiro "Eu..." no alto, até "Gisele, a espiã..." abaixo. Eu vivi tudo isso. Vocês não deixaram nada para eu comentar. Mas prá não passar em branco...
Se lembram o que havia ate 1966, onde hoje é o prédio da UFRJ, no Maracanã?
Havia um enorme esqueleto de concreto, que deu origem ao nome de uma grande favela. A Favela do Esqueleto.
Eu morei ali. Mais precisamente na parte que ficava na rua São Francisco Xavier, nº 555. Entre, precisamente o Largo do Maracanã, e a rua 8 de Dezembro (Estação de Mangueria).
Trabalhei no escritório da antiga Fábrica de Chapéus Mangueira, bem "no pé" da ponte da estação. Estudei na Escola Argentina, na Av. 28 de Setembro (ainda tá lá). Professora Léia. Vez em quando passo por alí e fico lembrando...
Hoje estou bem melhor de vida, mas tenho boas lembranças daquela vida.
Até hoje tenho na memória, a "planta" da favela, e me vejo andando por alí.
Ainda bem que Deus é bom. Êle me ajudou muito.
Ah! Parabéns por este espaço. Valeu!!!

Marina disse...

Muito "jóia" a sua idéia, Arruda! Está de parabéns! Eu acrescentaria apenas, dentre os bons programas de tv pra a criançada da época, o Teatrinho Trol, com a Zilka Salaberry, a Norma Brum, que fazia sempre a princesa e...tô aqui tentando me lembrar de quem fazia príncipe...
E as filas na barraca dos EUA na Feira da Providência pra comprar uma calça Lee!...
O suco de laranja do Bob's (de laranja de verdade) e o sanduiche de salada de ovos que voltaram a fazer agora (mas não tem mais o mesmo gostinho, porque será?!...)
A saia plissada, o vestido tubinho,...
E o lançamento do "Carro do Povo", lembram???? Tinha o Gordini e o Delfini, se não me engano...
Agora, falando em uniforme de ginástica do CPII, no meu tempo era um macaquinho de tecido (fustão) branco com a calça bufante e um saiote azul, com conguinha branco!...E tinha as aulas do coral, um barato!!!

Unknown disse...

Os cinemas da praças Saens Pena, com o namorado (e a irmã), complementados pelo mixto quente e sorvete do Bob's; sem falar das normalistas que naomravam os meninos do Colégio Militar (que viviam às brigas com os alunos do PedroII e Orsina da Fonseca.
As festinhas embaladas ao som dos Beatles e da Jovem Guarda.
Caramba!!!!!! Tem muita coisa boa prá lembrar.

Anônimo disse...

Infância que nós não eaquecemos,como é gostoso,relembrar esses tempos,quando andava de Kichute e bicicleta tigão,nas tardes ligava a televisão para ver o capitão Aza,e a novela meu pé de laranja lima.