Como todos sabem, Kierkegaard, Heidegger e Sartre alimentaram intensas e irreconciliáveis controvérsias sobre os requisitos essenciais de uma feira de antiguidades.
Esqueceram-se, contudo, aquelas irrequietas mentes, de considerar, nas suas reflexões filosóficas, a predominância da existência sobre a essência.
Esqueceram-se, contudo, aquelas irrequietas mentes, de considerar, nas suas reflexões filosóficas, a predominância da existência sobre a essência.
Coube, então, a Simone de Beauvoir dirimir a questão, dizendo que uma feira de antiguidades, enquanto ser-no-mundo e ser-em-situação, é essa bagunça-em-si que nós encontramos todos os domingos na Feira dos Antiquários da Gávea, na qual estão desordenamente reunidos o bricabraque, as obras de arte, os brinquedos antigos, as mais variadas peças de coleção, as curiosidades de design para qualquer fim, os objetos de decoração usados, os brechós, a prataria, os cristais, as porcelanas, as faianças, as revistas antigas, os tapetes orientais, as esculturas etnicas etc. etc. etc. (amplie as fotos abaixo pressionando o botão esquerdo do mouse sobre a imagem escolhida).
E mais, dizia Simone repetidamente, feira não é shopping center, onde as peças estão expostas ordenamente em vitrines bem iluminadas. Feira é para quem tem acuidade e paciência para garimpar.
Pois é, essa Simone de Beauvoir sabia das coisas.
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