Conforme anteriormente registrado neste blog, os economistas e, sobretudo, os jornalistas ditos especializados em economia, até agora não entenderam o motivo pelo qual a Feira dos Antiquários da Gávea não foi atingida em cheio pela crise financeira internacional.
RESOLVEMOS, ENTÃO, ABRIR A CAIXA PRETA.
É o seguinte: Todos os anos, no domingo que antecede a comemoração do dia de São Jorge, por volta das 10 hs., quando o sol já se inclinou 45º a leste e seus raios estão sendo barrados pelas folhas das árvores plantadas na Praça Santos Dumont, em frente à barraca 9 montada naquela Feira começa a se formar um espectro que, a pouco e pouco vai se materializando até tornar-se nítida a imagem de PAI BARAC INÁCIO DE OGUM, com seu gorro de pele de guepardo albino, trazendo na mão esquerda um feixe de 7 galhos, cada um de uma das ervas denominadas em nagô de atoribé, okikaká, lji opé, peregum, ojusaju, louro e arruda, na mão direita um xerê de um só cone e, numa cerimônia que já se tornou tradicional, ao som do batuque de umbigada, PAI INÁCIO atua como verdadeiro Eledá dos antiquários presentes, destruindo os Catulás ao benzer nosso estabelecimento, o do Carlos Brown, à nossa direita (ou esquerda, depende do ponto de vista do cliente), a do Mauro à nossa esquerda e o do Francisco, em frente.
A partir daí, todos os caminhos se abrem, o ano se inicia e o nosso sucesso afetivo e empresarial é indiscutível.
HOJE, POR EXEMPLO, A FEIRA LOTOU.
Afinal, como todos sabem, Ogum é sinônimo de lei e ordem, de ordenação dos processos e dos procedimentos econômicos, jurídicos e emocionais. Age na linha divisória entre a razão e a emoção, de maneira sempre justa, benevolente e valente. Ogum era o ferreiro dos orixás, senhor das armas, dono das estradas e defensor dos desamparados.
OGUNHÊ PAI BARAC, MUITO ILÁ-ILÁ-ILÁ-ILÊ- Ô-Ô-Ô, SARAVÁ E OBRIGADO POR TER MOSTRADO SUA CAIXA PRETA AO NOSSO PÚBLICO .
(clique com o botão esquerdo do mouse sobre as fotos para ampliá-las)
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